ENCERRA GREVE NA JOHNSON E KENVUE
O Sindicato dos Químicos realizou assembleias, na JOHNSON e JOHNSON e na KENVUE, de São José dos Campos, no 3º turno de 29/11 e no 1º e 2º turno de 30/11, reuniões que definiram o encerramento da greve por tempo indeterminado, iniciada em 26/11.
Trabalhadores e trabalhadoras se sentem vitoriosos porque mantiveram a unidade total nos setores de produção e quebraram a intransigência da empresa que não queria dar aumento nem de 1 real. Os valores obtidos estão abaixo das expectativas da base, porém acima do que a empresa pretendia pagar.
Todo o conflito foi atravessado por ataques permanentes da multinacional estadunidense. Tentou uma liminar para que greve fosse declarada ilegal e não conseguiu no primeiro momento, depois apelou para o Interdito Proibitório para coibir os piquetes de convencimento e tentar retirar as faixas de greve. Depois encerrou as negociações e pediu julgamento no Tribunal Regional do Trabalho. O TRT apresentou uma proposta intermediária para a categoria química apreciar, mas a empresa deu mais um golpe, usou de fake News em um “comunicado” em que afirmava que o Sindicato já tinha fechado acordo com a empresa, para tentar desmoralizar o Sindicato. Mas, o tiro saiu pela culatra porque os trabalhadores, além de achar os valores insuficientes, ficaram indignados com a empresa, rejeitaram a proposta e votaram pela continuidade da greve, no dia 29/11, no 1º e 2º turnos. A J&J/Kenvue pagou para ver e viu! Trabalhadoras e trabalhadores cruzaram os braços durante 4 dias, paralisando totalmente a produção.
Não conforme com isso, a J&J tentou ganhar no tapetão e conseguiu uma liminar judicial, muito questionável, que avalia como “atividade essencial” exigindo a entrada ao trabalho de 60% dos trabalhadores ligados à produção de vacinas e 40% do setor de produtos médicos e cirúrgicos, sob pena de multa diária de 5 mil reais, por operário que não cumprir essa ordem, de imediato!
Frente a esse impasse de ataque pesado a entidade sindical e tentativa de dividir os trabalhadores, o Sindicato e a base avaliaram que seria melhor encerrar a greve a condição de manter os valores sugeridos na Audiência de Conciliação. Assim foi fechado Acordo com o compromisso de: 1) cesta de Natal de R$ 375. 2) Vale-Alimentação R$221, a partir de janeiro. 3) Pagamento de horas extras a 130% e 85%. 4) Renovação dos ACTs por 2 anos. 5) pagamento dos 4 dias de greve.
A fábrica teve um prejuízo financeiro milionário, perdeu muito mais dinheiro que aquele que “gastaria” melhorando os salários e benefícios dos empregados. Isso porque o objetivo era dividir a base e derrotar o Sindicato, e não apenas pagar um pouco menos.
A J&J “mandou” trabalhar, mas trabalhadoras e trabalhadores ficaram em casa, nem subiram nos ônibus! Ficou evidente que a J&J não “manda” mais nos trabalhadores/as, por isso ela teve que ser curvar à vontade deles/as e correr atras do judiciário.
Para trabalhadores e trabalhadoras, inclusive para os mais jovens, ficou uma experiência de luta ímpar, e a certeza de que ganhamos um round e que outros estão por vir. Na verdade, a batalha está apenas começando... Parabéns pela coragem e unidade na luta! Unidos sempre!