Somos o Sindicato dos Químicos, Farmacêuticos e Plásticos de São José dos Campos e Região. Desde 1963, representamos e lutamos pelos direitos dos trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas e Farmacêuticas. Nosso compromisso é promover uma vida digna e humanizada, buscando melhores condições de trabalho e defendendo direitos sociais como saúde, educação, cultura, emprego, moradia, comunicação e mobilidade. Junte-se a nós na construção de um futuro justo e solidário para todos.
Em 2023, o Sindicato dos Químicos, Farmacêuticos e Plásticos de São José dos Campos e Região comemorou seu 60º aniversário. Durante essas seis décadas, representamos e lutamos pelos direitos dos trabalhadores nas Indústrias Químicas, Plásticas e Farmacêuticas. Nosso compromisso em buscar melhores condições de trabalho e defender direitos fundamentais tem sido uma constante ao longo de nossa história. Celebramos essa importante conquista, reafirmando nosso compromisso de continuar sendo a voz dos trabalhadores.
Todas as lutas sociais e estudantis, principalmente dos anos 2000 para cá, também foram tomadas como nossas! Temos participado de todas as lutas sociais aqui da região em atos contra as Câmaras Municipais e prefeituras em benefício próprio e contra o povo trabalhador, como na luta contra o aumento do salário dos vereadores, em 2012, contra o aumento das passagens de ônibus na região e outras questões. Solidariedade de classe é o combustível que move as nossas ações e apoio a todas as lutas da classe trabalhadora, seja nas lutas dos trabalhadores grevistas ou nas reivindicações dos estudantes e movimentos populares por moradia, saúde, educação, programas habitacionais.
O Sindicato dos Químicos construiu um histórico de apoio a todas as lutas não só da categoria química como também da classe trabalhadora.
O maior ataque da polícia militar aos grevistas da Johnson A barbárie da tropa de choque agindo sob ordens da Johnson se repetiu em 2011 com a força de repressão do estado capitalista marchando de dentro da fábrica para escoltar e oprimir trabalhadores, algo inaceitável ainda em uma democracia. Além de manter a greve, os companheiros aprovaram repúdio à ação da empresa em usar a Polícia Militar como guarda particular. A união e solidariedade dos companheiros nesta luta despertou a solidariedade de outras categorias no Brasil, na América Latina e fortaleceu o nosso Sindicato como instrumento de luta à serviço da categoria química e da classe trabalhadora!
Em 2010, sindicatos de luta do país inteiro começaram a discutir a construção de uma nova central sindical dos trabalhadores. Vários grupos de esquerda participaram das discussões para unir todos esses setores em uma única central. O Sindicato dos Químicos participou dessas discussões como então filiado à Conlutas. Parte das bases presentes ao congresso de fundação da nova central sindical, incluindo a delegação do Sindicato dos Químicos, por divergências de concepção política, retirou-se do congresso. A partir daí, o Sindicato dos Químicos manteve a união na luta direta contra todos os patrões, mas sem atrelamento a uma central sindical. Desde então o sindicato vive uma experiência com a entidade Unidos pra Lutar, tentando um instrumento que não o isole das lutas de outras categorias e que garanta a sua autonomia e independência diante dos patrões e governos.
A tropa de choque invadiu os ônibus, forçou os motoristas a passar por cima do canteiro e avançar sobre o piquete de greve. O episódio foi um dos mais graves atentados à liberdade sindical da história recente na região.
A empresa tentou uma liminar contra a greve, mas o Sindicato conseguiu o reconhecimento da Justiça do Trabalho do direito de greve, inclusive a legitimidade do piquete e das faixas, tendo em vista o 100% de adesão. A Johnson então apelou e contou com a tropa de choque da PM do governo estadual do PSDB para aterrorizar a greve.
Em 2008, o Sindicato dos Químicos realizou uma paralisação de advertência de 24 horas na Johnson e, em seguida, uma greve histórica de 6 dias com 100% de adesão para barrar o banco de horas, contra o plano de cargos e salários e aumento real acima do negociado na FIESP para toda a categoria. Como retaliação, a empresa demitiu por justa causa vários dirigentes do Sindicato para averiguação de suposta falta grave.
Em 2007, os trabalhadores da Fademac (hoje, Tarket), em Jacareí, paralisaram a empresa por cinco dias contra a redução de direitos de um setor da empresa que foi terceirizado e vendido para um grupo empresarial que não aceitava o Sindicato dos Químicos como representante dos trabalhadores. A greve obteve uma grande conquista
Criada nos fins dos anos 1980, a CUT viveu o seu apogeu nas greves históricas do fim desta década e no começo dos anos 1990. Durante o governo FHC, a Central já apontava uma tendência ao governismo, materializada nos acordos das Câmaras Setoriais, quando chamou para negociar os patrões, os governos e o sindicato (as chamadas Câmaras tripartites), momento de perdas para os trabalhadores e ganhos vultosos das empresas via desoneração de impostos. Já no ano 2000, a Central já apresentava mudanças de rumo com o crescimento da burocracia, com o poder centralizado e os interesses partidários do PT acima das lutas dos trabalhadores. Com a chegada do PT ao executivo federal, em 2002, essa ruptura ficou ainda mais clara. A CUT se negou a combater de frente a reforma da Previdência que Lula realizou em 2003 para reduzir valores e dificultar o acesso do trabalhador à aposentadoria. Essa postura contra a classe trabalhadora foi repetida no escândalo do mensalão, em 2005, e em todos os outros escândalos do governo Lula. Até hoje, a ex-combativa Central Única dos Trabalhadores é um braço de apoio do governo no movimento sindical, criando malabarismos ideológicos para defender a entrega do patrimônio nacional com a continuidade das privatizações, leilões dos novos poços de petróleo, corrupção petista, etc.
Nós participamos dos protestos contra as privatizações lesa-pátria de FHC, contra as políticas neoliberais no regime de trabalho, contra a reforma da Previdência de 2003 do governo Lula, contra a corrupção dos escândalos dos sanguessugas do PSDB e dos mensaleiros do PT, contra os leilões do petróleo, etc.
Em 2000, obtivemos dois triunfos históricos: a redução da jornada na Johnson, que acabou com o trabalho aos sábados, e o triunfo da esquerda nas eleições do Sindicato. A vitória veio sobre a Articulação Sindical, um grupo de pelegos da CUT e do PT que participaram da eleição ao lado de bate-paus a serviço dos patrões. Em 2003, como parte da campanha salarial, greve de 24h paralisa a Johnson, conquistando uma das PLRs mais altas da categoria. Em 2004, a Johnson consegue interdito proibitório (uma espécie de estado de sítio em que os trabalhadores têm limitados ou proibidos os seus direitos de reunião, assembleia e até de distribuir panfletos) que impede a realização de assembleias em frente aos vestiários.
Em 1998, a patronal nega aumento real e reduz o índice de horas extras para 70% (dias de semana) e 110% (finais de semana e feriados). Os Sindicatos Químicos de todo o estado se negam a assinar a Convenção Coletiva. A Johnson desviou os ônibus tentando evitar a assembleia, mas os trabalhadores se reuniram no vestiário e marcharam até a portaria da empresa para fazer assembleia. A PM deteve um sindicalista e perseguiu trabalhadores revoltados com a repressão, mas acabou se retirando devido à resistência de todos os trabalhadores. Em 1999, novas lutas conquistam Acordos Coletivos que garantiram direitos para 80% dos trabalhadores da base, dentre eles as horas extras a 85% e 130%, percentual mantido até hoje com muita luta nas fábricas grandes da categoria.
Em 12 de agosto, o caminhão do Sindicato fora incendiado. Havia uma assembleia marcada para ocorrer na Kodak naquele dia. O atentado nunca foi desvendado, mas a luta continuou. Os aumentos e conquistas da nossa região foram os maiores do ramo ao nível nacional. As mobilizações conquistaram Acordos Coletivos (negociação por fábrica) com índices e pontos acima do negociado na FIESP em várias fábricas.
Em 1997 e durante quatro anos, o Sindicato realizou campanhas salariais unificadas com outros sindicatos químicos do interior de São Paulo, que abrangiam, além do Vale do Paraíba, Campinas, Vinhedo, Sorocaba e Osasco. Havia mutirões de madrugada para concentrar esforços nas fábricas e realizar assembleias fortalecidas com dezenas de apoiadores, o que dava mais fôlego e ânimo às atividades. A redução da jornada passa a ser uma das reivindicações.
Primeiras greves A primeira e espontânea greve na Johnson aconteceu em 1995. Os trabalhadores estavam indignados com as condições de trabalho e salarial e pararam as máquinas por quase um dia em uma grande greve de ocupação. A paralisação alcançou as primeiras conquistas. Neste ano, houve 14 greves na categoria. Dentre elas, a de 24 dias na IQT (Indústrias Químicas de Taubaté). Em 1996, a entidade teve acentuado o papel classista e lutador. Encampamos uma greve de oito dias na Monsanto, resistindo aos fura-greve que entravam de helicóptero. Em seguida, houve greves na Henkel e na Rohm Haas (atual Down), ambas em Jacareí. 1996 termina com aumento real de 5% na maior parte das fábricas.
O movimento sindical e o Sindicato dos Químicos estiveram presentes nas lutas contra as privatizações, que não demoraram para mostrar resultados nas fábricas da categoria por meio da chamada reestruturação produtiva. Ou seja, produzir e garantir mais lucros para os patrões com menos trabalhadores efetivos e mais exploração. Daí para o início da terceirização foi um pulo. Mesmo com toda a luta dos sindicatos e categorias organizadas contra os efeitos do neoliberalismo sobre a produção, os trabalhadores passaram a ser atacados agressivamente nos seus direitos trabalhistas. É daí também que advém a nossa luta contra os ataques à Previdência Social e o direito à aposentadoria, já que o então presidente neoliberal FHC escandalizou o país ao chamar os trabalhadores e trabalhadoras aposentadas de “vagabundos”.
Já como reflexo do neoliberalismo, as primeiras grandes greves da categoria aparecem a partir de 1995 na Johnson e na Monsanto. Houve greves importantes e longas em muitas fábricas, como: IQT (Taubaté), Monsanto (atualmente, Bayer), Johnson, Fademac (atualmente, Tarkett) e outras.
As primeiras greves históricas da categoria química começam a ocorrer no fim dos anos 1980. É também neste período que o nosso Sindicato ingressa de vez na luta política e social do país, apoiando a luta pela terra, por justiça social e contra as primeiras consequências aqui na região das políticas neoliberais implantadas no mundo por meio da globalização econômica.
Nesse período, as lutas começam a ficar mais aguerridas no embate contra o capital e a exploração dos patrões e governos. Então os companheiros que criaram a associação de base em São José formaram uma chapa combativa e conquistaram a direção do Sindicato. Nos últimos anos da década de 1980, o Brasil viveu o apogeu das lutas sindicais, da construção da CUT, que naquele momento era um instrumento independente dos governos e patrões para lutar e organizar os trabalhadores.
Esse instrumento de luta dos trabalhadores completa 60 anos em 2023 com um histórico de enfrentamentos e conquistas de direitos para os trabalhadores. O Sindicato é uma construção histórica em evolução. Os primeiros passos foram em 1963, em Jacareí. Temos pouca informação deste período. Sabe-se que a entidade era uma espécie de entidade cartorial, sem raízes no chão de fábrica e inserção na luta direta dos trabalhadores. Com a redemocratização e industrialização crescente da região, já em meados da década de 1980, os trabalhadores de base criaram uma associação, em São José dos Campos. Como forma de combater essa organização pela base, a então direção do Sindicato pediu extensão de base territorial. A partir disso, o Sindicato passou a alcançar até a base de Taubaté.