A Lei Maria da Penha completou 17 anos no dia 7 de agosto. Trata-se de um marco no combate à violência física contra a mulher. E olha que apesar da agressão física ainda ser extremamente alta, ela é “apenas” o último estágio da violência contra a mulher. Até chegar à agressão física e ao feminicídio, de fato, a mulher sofre um conjunto de agressões morais, psicológicas, financeiras, sociais, familiares, o que é praticamente impossível de quantificar.
O número absurdo de mulheres mortas por seus maridos, namorados ou ex-companheiros no Brasil torna o país o quinto que mais mata mulheres por feminicídio no mundo. O machismo imposto nestas relações abusivas ainda fere mais as mulheres conforme a menor renda e a etnia. Mulheres pobres e negras são ainda mais vítimas desta barbárie.
Quantificar o assassinato de mulheres por circunstâncias de gênero é fundamental para se punir os crimes e levar a discussão de uma mudança cultural profunda nas relações de gênero.
Não! A mulher vitimada pela violência doméstica NÃO GOSTA DE APANHAR, NÃO MERECE, NÃO ESTÁ TENDO O QUE PROCUROU, NÃO PROVOCOU! Simplesmente não!
Se uma mulher não consegue romper uma relação de violência doméstica, seja por dependência econômica ou massacre psicológico, ela precisa de ajuda, não de julgamento!
A aplicação da lei Maria da Penha é uma forma de coibir a violência doméstica e familiar e o menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Contudo, é apenas um passo. Só o combate ao machismo pode acabar com o feminicídio. E isso depende de homens e mulheres. É preciso “desnaturalizar” a violência contra a mulher. Em briga de marido e mulher envolvendo violência doméstica se mete a colher sim.
Atente-se e ajude a combater o machismo:
A mudança cultural nas relações de gênero tem que romper a “naturalização” da barbárie contra a mulher. O machismo não pode “ser assim mesmo”. Combater o machismo é dever de cada homem e mulher tanto quanto de políticas públicas.